O Município da Figueira da Foz e a Associação de Proteção Animal da Figueira da Foz (APAFF) assinaram ontem, segunda-feira, um protocolo no âmbito da proposta vencedora da 2ª edição do Orçamento Participativo - "Cidade - Abrigo para Gatos de Rua", que previa a construção de cinco abrigos e a cedência de uma carrinha dedicada ao processo de recolha, tratamento e esterilização de felinos.
A colocação dos abrigos, nos locais de maior incidência, previu que os felinos pudessem ser alimentados pelos seus cuidadores registados, de forma a promover o bem-estar da colónia, evitando maus-cheiros, sujidades, queixas e maus-tratos. Também a execução de campanhas CED - Captura, Esterilização e Devolução ao local de origem, estava prevista na proposta apresentada, pelo que os abrigos foram também desenhados e construídos de forma a poderem acomodar as armadilhas para captura, de forma a evitar a reprodução descontrolada e os inconvenientes do cio junto das comunidades humanas, tendo sido, para esse efeito, necessária a aquisição de uma viatura que servirá exclusivamente para o transporte em segurança dos felinos em processo de "captura-esterilização-devolução".
O presidente da autarquia, Carlos Monteiro, começou por destacar o "extraordinário" trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela APAFF e reforçou, desde logo, a importância da campanha de esterilização de felinos, tendo afirmado que é "fundamental".
Já acerca da pertinência do protocolo, o edil afirmou que os animais "não podem ser alimentados indiscriminadamente, não só por efeitos de saúde dos próprios mas também por efeitos de saúde pública", uma vez que a falta de controlo na alimentação dos felinos leva a que estes deixem de caçar eventuais roedores.
Por sua vez, a presidente da direção da APAFF, Florbela Brísida, adiantou que a Associação nunca teve uma viatura e que era "necessário que houvesse um carro destinado apenas a trabalhos de recolha, tratamento e esterilização", de forma a estar sempre preparado a efetuar esses mesmos procedimentos, sendo precisamente esse o efeito que será cumprido pela cedência da carrinha por parte do Município.
Ainda no que à aquisição da viatura diz respeito, Carlos Monteiro explicou que houve também "uma preocupação ambiental", sendo a mesma a gás.
Florbela Brísida adiantou ainda que vão ser criadas cerca de 10 outras casas abrigo mais simplificadas, que irão servir para para efeitos de alimentação, uma vez que "não vai ser necessária captura porque os animais já se encontram esterilizados", explicou.
No que a este tema diz respeito, o presidente da autarquia informou também de que esta semana será lançado um concurso público de construção de um novo centro de acolhimento animal no concelho.
Recorde-se que o Orçamento Participativo é um mecanismo de democracia participativa que dá aos cidadãos o poder de propor como devem ser investidas verbas dos orçamentos públicos, visando a criação de um projeto que é posteriormente votado pelos munícipes.